No dia 29 de janeiro, às 17h00, realizou-se no Museu Nacional dos Coches a assinatura de um protocolo entre a administração do Novo Banco (NB) e o Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, onde foi apresentada a marca Novo Banco Cultura, que integra quatro coleções distintas do antigo BES: pintura, fotografia, livros e numismática.
O Museu Nacional dos Coches sfoi o primeiro a receber um destes depósitos de longa duração – a tela a óleo Entrada Solene, em Lisboa, do Núncio Apostólico Monsenhor Giorgio Cornaro, considerada uma das mais importantes criações artísticas do núcleo de 97 obras de pintura portuguesa e europeia do Novo Banco.
Através deste acordo, inicia-se assim, o programa de depósito descentralizado da coleção de pintura do NBC, colocando à fruição pública um conjunto significativo de obras de relevante valor artístico, em vários museus espalhados pelo território nacional.
A coleção de pintura do Novo Banco inclui obras dos séculos XVI a XX. De Os Financeiros, atribuída a Quentin Metsys, no século XVI, A Torre de Babel, de meados do século XVII da Escola Flamenga. Dos séculos XIX e XX, destacam-se obras de artistas portugueses como Silva Porto, José Malhoa, Artur Loureiro, Júlio Sousa Pinto, Eduardo Malta, Júlio Pomar, Júlio Resende, Eduardo Viana, Maria Helena Vieira da Silva, Manuel d’Assumpção, Carlos Botelho, Manuel Cargaleiro, Mário Dionísio, Nikias Skapinakis, Ângelo de Sousa, Jorge Pinheiro, Graça Morais e Pedro Croft. O núcleo conta ainda com um conjunto de quatro Portulanos, mapas antigos dos portos conhecidos.
Já da marca Novo Banco Cultura fazem parte coleções de fotografia contemporânea. No total, existem mais de mil obras de 280 artistas de 38 nacionalidades, incluindo artistas portugueses. A terceira coleção diz respeito à biblioteca de Estudos Humanísticos, a chamada Biblioteca de Estudos Humanísticos de Pina Martins, já exposta na Fundação Calouste Gulbenkian, e que se encontra depositada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Nela constam mais de 1000 livros, entre os quais títulos impressos no século XVI como Utopia, de Thomas More, com texto introdutório de Guillaume Budé, e outras obras raras como uma edição de Os Lusíadas, comentados por Manoel Correa, de 1613 e e edições iniciais de autores como Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Erasmo de Roterdão e Thomas More, Damião de Góis, Luís António de Verney e Bernardim Ribeiro encontram-se neste acervo, comprado pelo antigo BES, em 2008, à família do professor e investigador José de Pina Martins (1920-2010).
A quarta coleção do Novo Banco Cultura é de numismática, adquirida em 2007. Esta coleção compreende 16.575 exemplares, acompanha a emissão de moeda ao longo de 2000 anos, desde a Antiguidade, antes da fundação da nacionalidade, assim como de toda a História de Portugal, incluindo emissões de antigas colónias, como Brasil, Índia, Moçambique e Angola.