Museu Nacional dos Coches

Museu


Missão

Constitui a missão do Museu Nacional dos Coches garantir a divulgação, investigação e conservação das suas coleções, na firme convicção do seu papel enquanto gerador de cultura e potenciador de desenvolvimento humano, social e económico.

O edifício agora inaugurado vem abrir um novo caminho na História do Museu Nacional dos Coches uma vez que foi dotado no seu programa de todas as valências necessárias ao cumprimento da sua missão.

Museu Nacional dos Coches

O novo Museu dos Coches surge em Belém como um equipamento cultural mas também como um lugar público. Nas palavras do arquiteto Paulo Mendes da Rocha “o museu não tem porta e relaciona-se para todos os lados”. Mais que um museu, o projeto funciona como uma infraestrutura urbana, que oferece ‘espaço público’ à cidade.

Convergiram assim duas preocupações, por um lado a necessidade imperativa de aumentar a área expositiva do museu assim como a sua infraestrutura técnica de apoio, mas também a indispensabilidade de criar novas valências para o público daquele que é o museu mais visitado do país. Por outro lado, contou a necessidade de realizar o remate daquela que é uma das mais importantes frentes urbanas de Lisboa, a zona monumental de Belém, tendo a construção do novo edifício incentivado uma nova dinâmica do território envolvente ao museu, criando novos espaços públicos e percursos na cidade que evocam anteriores vivências.

O novo edifício do Museu dos Coches é constituído por um pavilhão principal com uma nave suspensa e um anexo, com uma ligação aérea, que assegura a circulação entre os dois edifícios. A disposição espacial destes corpos cria uma espécie de pórtico que aponta para uma praça interna, para onde também se viram as construções antigas da Rua da Junqueira.

O novo Museu inclui espaços para exposição permanente e temporária, áreas de reservas e uma oficina de conservação e restauro que contribuirá para o desenvolvimento da conservação e restauro deste tipo de património.

Foram concebidos novos espaços destinados, à Biblioteca, ao Arquivo assim como um Auditório que potencia a realização de um conjunto de atividades culturais que vêm engrandecer a programação pública do museu.

Para acolhimento dos visitantes foram programados espaços de restauração, uma Loja do Museu e um Posto de Informação Turística.

Finalmente devem ser mencionadas as áreas envolventes do novo edifício, designadamente a Praça do Museu uma zona de acesso livre e que se constitui também, como um lugar de passeio e lazer público.

Novo Museu dos Coches

Picadeiro Real

A 23 de maio de 1905 foi inaugurado em Lisboa o «Museu dos Coches Reaes» iniciativa da rainha D. Amélia d’Orleães e Bragança, princesa de França e casada em 1886 com o futuro rei de Portugal D. Carlos I.

O local escolhido para instalar o primeiro museu de coches do mundo foi o salão do antigo Picadeiro Real, construído pelo arquiteto italiano Giacomo Azzolini em 1787, adaptado para o efeito pelo arquiteto da Corte, Rosendo Carvalheira com a colaboração dos pintores José Malhoa e Conceição e Silva que em conjunto conseguiram uma harmonia quase perfeita entre o espaço e a exposição das viaturas de gala.

O sucesso foi grande mas logo de início a falta de espaço fez-se sentir e é a própria rainha que em 1906 encomenda um novo projeto para ampliar o museu e poder expor as restantes viaturas da Casa Real guardadas nas cocheiras de diversos palácios.

Após a implantação da República a 5 de outubro de 1910, a coleção do museu aumenta com a chegada de um conjunto de coches e berlindas da extinta Casa Real como ainda com viaturas provenientes dos bens da igreja.

Em 1911 o museu passa a designar-se Museu Nacional dos Coches.

Em 1944 é inaugurado um novo salão projetado pelo arquiteto Raul Lino, que veio permitir expor mais viaturas mas ainda não a totalidade da coleção, uma vez que a falta de espaço continuou a fazer-se sentir.

Em memória do excelente trabalho de proteção e divulgação deste património hipomóvel, iniciado pela rainha D. Amélia, permanece no espaço do Antigo Picadeiro, um núcleo expositivo visitável com coches e berlindas, a galeria de pintura da família real, assim como um conjunto de acessórios de cavalaria.

 

Imagem do Picadeiro

Oficina de Conservação e Restauro

O amplo espaço técnico do novo Museu Nacional dos Coches, localizado no piso térreo, compreende as instalações da Oficina de Conservação e Restauro.

A conservação dos veículos hipomóveis, dada a diversidade dos seus materiais constituintes e das técnicas de produção presentes, obriga a uma abordagem interdisciplinar onde se cruzam as valências do conservador-restaurador com a perícia dos saberes tradicionais.

A Oficina está pensada para dar resposta às necessidades do museu, de forma a assegurar o estudo e a requalificação do seu acervo bem como poderá vir a ser um polo de conservação e restauro especializado funcionando como centro de formação para estagiários e bolseiros, nacionais e internacionais.

oficia de restauro

Cronologia

Antigo Picadeiro Real – Novo Museu

1726

Em 1726, o rei D. João V compra a D. João da Silveira Telo e Meneses, 3º Conde de Aveiras, a “Quinta de Baixo”, situada junto ao rio Tejo no aprazível termo de Belém na parte ocidental da cidade de Lisboa, na qual se integrava um conjunto de casas nobres, o Palácio de Belém e um Picadeiro.

1786

Em 1786 foi mandado destruir o antigo picadeiro para, em sua substituição, ser construído o atual, obra da iniciativa do infante D. João, futuro rei D. João VI, filho da rainha D. Maria I e de D. Pedro III, grande entusiasta pela Arte Equestre.

1787

As obras de construção do Picadeiro Real tiveram início em 1787 e muito embora a estrutura do edifício ficasse pronta um ano depois, as decorações exteriores e interiores prolongaram-se até cerca de 1828.

Do projeto, em estilo neoclássico, atribuído ao arquiteto italiano Giacomo Azzolini, é de salientar o amplo salão com 50 m de comprimento por 17 m de largo, com dois pisos, apresentando, nos topos do andar superior, tribunas ligadas por duas estreitas galerias com colunata, destinadas a permitir à Família Real e à Corte assistirem aos jogos equestres.

1791

Em 1791 Francisco José da Costa fornecia os painéis de azulejo que decoravam as tribunas e em 1793 estava colocada a balaustrada interior que envolve o salão, obra do entalhador Gonçalo José.

1792

Entre 1792 e 1799 participaram na decoração dos interiores, entre outros, os pintores Francisco de Setúbal, Francisco José de Oliveira, Joaquim José Lopes dito “o Bugre” e o francês Nicolau Delerive.
Nos motivos decorativos utilizados em toda a decoração do teto e painéis nos topos do salão, predominam elementos ligados à arte equestre.
Destacam-se no teto do picadeiro em tela pintada, três grandes medalhões ovais com cenas alegóricas.

1904

Em 1904, quando da adaptação do picadeiro a museu realizaram-se obras sob orientação de Rosendo Carvalheira, arquiteto dos Palácios Reais, sendo as pinturas então restauradas pelos pintores José Malhoa e António Conceição e Silva.

1940

Mais tarde, em 1940, nova campanha de obras orientada pelo arquiteto Raul Lino vai permitir a ampliação da área de exposição com a construção de um novo salão lateral.

1994

São adquiridas pela Secretaria de Estado da Cultura as antigas Oficinas Gerais do Exército em Belém precisamente para aí ser construído um novo edifício para o Museu Nacional dos Coches.

1999

Entre 1999 e 2001 procedeu-se a uma recuperação das coberturas do edifício, e à remodelação do teto do Salão Lateral dando ao edifício o seu aspeto atual.

2008

A Resolução do Conselho de Ministros nº 78/2008 considera a construção de Novo Museu dos Coches enquanto projeto âncora da reabilitação da zona de Belém-Ajuda e assegura financiamento para a sua construção.
Foi convidado para a realização do projeto o arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, prémio Pritzker em 2006 que realiza o projeto em parceria com o arquiteto português Ricardo Bak Gordon.

2010

A 1 de fevereiro é lançada a primeira pedra do novo edifício.

2015

O novo edifício do Museu Nacional dos Coches abriu ao público no dia 23 de maio.