SABIA QUE …
No Porto, os homens que transportavam estes veículos ficaram conhecidos pelos “Cadeirinhas”
Sobre as cadeirinhas no Porto de meados do século XIX escreveu A. de Magalhães Basto (1894 – 1960):
“Junto do chafariz … andavam sempre uns cavalheiros muito graves de chapéu alto, de oleado ou polimento, na cabeça, e cobertos, dos ombros até aos pés, de amplo capote azul, ou cor de pinhão, com vivos encarnados. Encarnada era também a fita da cartola. Estes senhores chamavam-se cadeirinhas e alugavam e … carregavam os veículos que lhes deram o nome.
Mas este modo de transporte era moroso, bom para ir dormindo e sonhando pelo caminho.
Quem tivesse pressa de chegar aos confins da Aguardente ou de Campanhã alugava um dos jericos, havia-os aparelhados para homem ou para senhora, que no mesmo local estacionavam: em coisa de uma hora (!) o viajante ia e voltava e fazia uma altíssima figura. (Este superlativo é pura retórica, esclareça-se…).
Mas continuemos o nosso passeio pelo Porto de 1850.”
Magalhães Basto (1894 – 1960) – in “O Porto do Romantismo”, 1934
A CADEIRINHA É um meio de transporte composto por uma caixa, sustentada por dois varais amovíveis, encaixados em suportes metálicos fixos lateralmente e carregada por dois homens, um à frente e outro atrás.
A caixa, com assento único no interior, tem painéis nos alçados, uma porta dianteira e, por vezes, bases de apoio.
O painéis e a porta podiam ter vidraças fixas ou elevatórias. O tejadilho, rebatível, era levantado para facilitar a entrada e saída do passageiro que entrava recuando.
Alguns modelos possuíam cortinas ou persianas.
Nos centro urbanos surgiram serviços de aluguer de cadeirinhas que levavam o passageiro onde este quisesse de forma rápida e confortável.
A versão de aluguer foi a última a desaparecer, tendo sobrevivido em Lisboa e no Porto, até finais do século XIX.